Em pouco mais
de quarenta dias de funcionamento, o recurso para consultar mandados
judiciais de um aplicativo do Ministério da Justiça ajudou a capturar 2
mil pessoas que estavam foragidas. Os números fazem parte do primeiro
levantamento dos resultados do serviço e foram repassados com
exclusividade ao G1. A adição da ferramenta ao aplicativo “Sinesp
Cidadão” foi feita em 24 de abril. De acordo com o MJ, o app já foi
baixado 1,8 milhão de vezes que foi lançado, em dezembro de 2013.
Antes de esse
recurso ser adicionado, o app permitia fazer a consulta da situação de
um veículo e constatar se havia sido roubado ou “clonado”. Desde que
chegou às lojas de aplicativo, o app auxiliou na recuperação de 55 mil
veículos roubados ou furtados, afirma a pasta.
O aplicativo dá
acesso aos cidadãos a dados reunidos no Sistema Nacional de Segurança
Pública (Sinesp), que compila informações de outros bancos de dados. A
base de informação para a consulta da situação dos veículos é a do
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Já a dos foragidos é a do
Conselho Nacional de Justiça. Apenas no primeiro dia de funcionamento do
recurso, o número de consultas a mandados de prisão feitas pelo app
superou o total das buscas no site do CNJ, afirma Regina Miki,
secretária Nacional de Segurança Pública.
De 24 de abril
até agora, foram feitas 3 milhões de pesquisas no app –basta informar o
nome da pessoa, da mãe dela ou informar o número do RG, CPF ou título de
eleitor. Já as checagens da situação dos veículos somam 70 milhões
desde dezembro –as pesquisas são feitas a partir dos dígitos da placa.
Entre os
foragidos presos por intermédio do aplicativo estavam procurados por
homicídio e roubo, conta Regina. “Tem um caso que a gente ficou sabendo
de briga de vizinhos. A pessoa consultou e o vizinho era procurado por
violência contra a mulher. Ele foi preso imediatamente, porque Lei Maria
da Penha não tem nem o que questionar”, diz a secretária. A contagem
dos foragidos capturados com o auxílio do aplicativo é feita de acordo
com as informações inseridas nos altos de prisão.
Além de
auxiliar a recuperar veículos e capturar procurados, a consulta de
cidadãos no aplicativo tem ajudado a solucionar outros crimes. No Rio,
um cidadão consultou os antecedentes de um carro de uma companhia
telefônica que operava em seu condomínio. Ao descobrir que o veículo
havia sido roubado, acionou a polícia. A investigação dos agentes levou à
prisão de uma quadrilha que roubava casas da região e usava o carro.
Esses efeitos não eram previstos, diz Regina, mas são bem vindos. “A
gente pensou em aproximar o cidadão de um serviço que a gente tem
obrigação de oferecer”.
O “Sinesp
Cidadão” deve receber novas ferramentas dentro de dois meses, diz
Regina. Um deles é a consulta ao cadastro de pessoas desaparecidas. Como
as bases de informação sobre o assunto não são unificadas no país, o
ministério estima que 200 mil brasileiros estejam nessa condição. O
outro recurso é o acesso aos índices de criminalidade por meio do
aplicativo de forma regionalizada. O cidadão poderá conferir qual o
nível de roubos de veículo em determinada rua, por exemplo. (G1)
Blog O Povo com a Notícia
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