domingo, 6 de outubro de 2013

PMs detidos pelo MST após invasão a assentamento na PB são liberados

Liberação dos três presos ocorreu no domingo (6), após chegada da PRF.
Homens são PMs contratados como seguranças de usineiro, diz MST.


Os três homens detidos por trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), após invadirem o assentamento Wanderley Caixe em Caaporã, no Litoral Sul da Paraíba, foram libertados na madrugada deste domingo (6) após a chegada da Polícia Rodoviária Federal. De acordo com a coordenação do assentamento, os reféns foram liberados por volta de 0h30, quando uma equipe da PRF encaminhou o trio para o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, em João Pessoa.

Segundo informações do MST, a tumulto se formou por volta das 17h, quando os três homens, dois deles armados, invadiram o assentamento Wanderley Caixe em um carro preto, procurando pelos líderes do movimento. Diante da atitude suspeita, os próprios trabalhadores renderam os homens e os fizeram reféns.

A ação dos trabalhadores rurais sem-terra acabou mobilizando a Polícia Militar, que cercou o assentamento, após ser notificada que três pessoas tinham sido detidas na área do MST. As negociações para liberação dos três homens começaram por volta das 21h, quando a imprensa e pessoas ligadas aos pleitos do MST chegaram no assentamento.

Os detidos, ainda segundo o MST, são policiais militares de Pernambuco que foram contratados pelo de dono de uma usina da região para intimidar os acampados do Wanderley Caixe. Um deles é 3º sargento da PM de Pernambuco e os outros dois são soldados. O sargento é dono de uma empresa clandestina de segurança privada, a mesma empresa que estaria dando suporte ao usineiro da região, conforme afiram os trabalhadores rurais sem-terra de Caaporã.

Segundo a coordenadora do assentamento, Sílvia de Melo Oliveira, a área improdutiva ocupada pelo Wanderley Caixe pertence à usina e atualmente está sub júdice para ser inseridas no programa de Reforma Agrária do Governo Federal. “O deputado Luiz Couto [PT] já denunciou a ação de grupos de extermínio na região de Caaporã. Ações que muitas vezes tem policiais envolvidos. O episódio deste sábado é apenas mais um capítulo dessa história”, desabafou.

Os policiais militares que invadiram o acampamento devem ser ouvidos no GOE ainda na manhã deste domingo (6). Conforme a coordenação do assentamento Wanderley Caixe, mais de 1.300 famílias moram no local. Os trabalhadores aguardam a decisão da Justiça sobre a inclusão da terra ocupada no programa de Reforma Agrária.

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